Presença LGBTQIAP+ nos desenhos animados vai além de entretenimento.
Por Victoria Marques

Alguns desenhos animados vêm introduzindo personagens que fazem parte da comunidade LGBTQIAP+ e são importantes para a história, sem a intenção de ser só “a cota diversidade”. O Mês do Orgulho é o melhor momento para lembrar da importância de personagens animados abertamente queers.
A presença de personagens LGBTs em desenhos animados é relevante, principalmente quando se trata de animações infantis, que têm a possibilidade de quebrar tabus e estereótipos, apresentando diversos assuntos de forma leve para crianças.
O primeiro desenho animado a protagonizar personagens LGBT+ foi “Queer Duck” (2000 - 2004), tem 20 episódios e fala abertamente sobre a homossexualidade. Foi criado por Mike Reiss e a música tema foi feita pela renomada drag queen Ru’Paul. Pode ser assistido no canal Icebox no YouTube.
Demorou muitos (e muitos...) anos para que finalmente criadoras e criadores de desenhos infantis revelassem os personagens LGBTs de suas obras antigas, o que começou a acontecer após personagens abertamente assumidos surgiram nas telas.
Além do entretenimento

Um dos exemplos mais conhecidos é o casal Miriam Forcible e April Spink, de “Coraline e o Mundo Secreto”, livro publicado em 2002 e adaptado para filme em 2005. O autor Neil Gainman postou no Twitter, em 2015, que elas “definitivamente não são irmãs”, como muitos achavam, e ainda disse que sempre as viu como um casal.
Em 2020, a Nickelondeon anunciou oficialmente que o Bob Esponja é LGBT+, através das redes sociais, o que concretizou a fala de Stephen Hillengburg, criador do desenho, sobre ele e Patrick: “Eu os considero quase assexuais”, a People, em 2005. Porém, na postagem, não especificaram sua sexualidade e muitas pessoas o acreditam que ele seja gay.
Desenhos animados infantis também fazem diferença e impacto. “Steven Universo” foi classificado pela IndieWire em 5º lugar entre os “programas de TV LGBTQ mais essenciais do século 21”, sendo a única animação na lista, porque é “indiscutivelmente o programa individual mais responsável por essa mudança”.
A partir de 2010, começaram a surgir vários desenhos animados infantis e adultos com personagens LGBTs, como:
• Ruby, Saphira e Stevonnie de “Steven Universo”
• Marceline e Princesa Jujuba de “Hora de Aventura”, que foram confirmadas como um casal na própria série
• Applejack e Rarity de “Equestria Girls”, spin-off de “My Little Pony”, foram confirmadas como um casal através de um Tweet de Tori Grant, que fez storyboards para as séries
• Jessi, Jay, Matthew, Ali, Shannon, Natalie e mais, de “Big Mouth”
• Bean, de “(Des)encanto”, além não estar nem perto do padrão de comportamento de uma princesa, ainda é uma personagem bissexual confirmada pela Netflix
• “Super Drags” é uma animação brasileira em que todas as protagonistas são drag queens super-heroínas
• Ethan, de “Mundo Estranho”, um filme boicotado principalmente pelo protagonista ser abertamente gay
Outros personagens LGBTs:
Luz e Amity de “A Casa Coruja”, ou “The Owl House”
Korra de “Lenda de Korra”
Adora e Felina de “Sher-ra e As Princesas do Poder”, remake da Netflix
Velma de “Schooby Doo”
Smitthers de “Os Simpson”
Todd de “Bojack Horseman”
Mês do Orgulho
O Mês do Orgulho é comemorado em junho e tem esse nome porque nesse mês, em 1969, ocorreu o “levante” – também conhecido como “revolta” –, que levaria LGBTs a protestarem por direitos básicos, o que futuramente foi considerada a primeira Parada do Orgulho. Desde então, a comunidade passou a lutar mais ainda para serem respeitados.
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